a noite pesa tanto nas ervas
que tropeço nesse verde de seda
nesta sede antiga
de precipício
que me divide o afago lento
morno
gotejante
serpenteio
e encaixo-me
na vingança secreta
dos dias sem nós
nessa promessa velada
de nos despirmos
(despedirmo-nos)
um do outro
horizontalmente
e pouco a pouco vou ficando sonata
como se fosse possível
com música
o adeus e o pecado num copo com gelo
no tempo exacto
em que trocamos de alma
de água
de suor
esquecidos do frio
no desafio constante do fim
na ânsia do jogo
onde ganha a alusão dos sentidos
os não e os sim
que vêm de dentro.
“Adoro quando a tua sede me provoca”
Dizes tu.
e fico ali
na maresia da espera
desse instante em que o Verão não acaba mais,
quando eu não sou de mais nada
senão das tuas mãos
Eme
(imagem de Pedro da Costa Pereira)
3 comentários:
Eme, muita sensualidade nas tuas palavras..gosto muito, é a tua forma de estar na vida..sempre muita entrega :)
Beijinho
sininha
Patty,
gosto que gostes...
e quero ler-te tambem
beijinhos
;)**
muito bonito.
“Adoro quando a tua sede me provoca”
:)
Enviar um comentário