sexta-feira, 29 de maio de 2009


faz-me tão bem este abandono
que vai desde essa luz quente até ao vento na janela

depois das tempestades
este navegar de estação distante
este gozo repetido
na manha apetecida
bordada de mudez

quando um beijo é só uma paisagem eterna
e o som interior e quente
da luz indirecta
espreita a pele da tua nuca


no feitiço da língua em verso
quando eu sou sou maga de inversos
adversa das luas em prosa
escritas a mar de dentro
e riscadas na sombra das flores

amante de sílabas proibidas
quando a noite toda lateja dentro de mim
no suor que corrompe o espelho
na saudade cinza salpicada de sal e água

num silêncio populosamente insuportável
feito de raiva incontida
tristeza azul que me arranha a alma
e o ponto de fuga
ou a linha de comboio que termina onde os dedos pisam as uvas

o sobressalto
o limite


Eme

Imagem: Closer_by_ranp101
( in deviantART )

sexta-feira, 1 de maio de 2009

Novamente - Ney Matogrosso

Quem sabe o que se dá em mim?
Quem sabe o que será de nós?