sábado, 5 de julho de 2008

Azul Intenso


danço na curva fechada
do ordinário para o celestial
num olimpo incerto de sol posto
desse modo único
e impossivel
com que usas a ponta dos teus dedos

no esmagar do espaço vital
no embate urgente
consumado
dos corpos
quando o riso se escapa dos olhos
e escorre num gemido brando

num esgar
de garras afiadas
rasgando o contorno das manhãs
pela humidade em fogo
da pele

diremos depois a lua branca
pintada de múrmurios
e de silêncios escondidos com a mão
que amordaça.
ou os beijos que eu desmereço

Enquanto eu ali
frágil
tão casta
quanto selvagem
nessa obediência ondulante
na dança ritmada
na subida excessiva
ambulante

refém dessa cor
azul intenso
com que visto o teu desejo

Eu sabias que virias assim
na ordem perfeita
do cio
muito cedo e contudo tão tarde

Eme


(imagem de Marco Ricca)

2 comentários:

milhafre disse...

mais do que marcas de agua as tuas plavras são marcas na pele...
há nelas sonho e poesia...
adorei vir cá.

obrigado pela tu visita ao meu sopro.

voltarei aqui.... tenho a mania de me prender aos sitios por onde gosto de passar

Marca de Água disse...

Pedro,
Obrigada pela visita.
Obrigada pelas palavras.
Um Beijo
:)