terça-feira, 19 de agosto de 2008

Intermitências


não há horas
de sono
á beira dos líquidos
que nós fazemos juntos

e que nos escaldam as línguas

a luz da madrugada,
e a humidade
de chão
numa cortina de água
quando
a chuva
é sombra intensa de lua
no charco
de um fim
de rua
connosco a noite entre sussuros
o sono
e os sinos
quando o nada é tudo
trazes o sonho
para o colar
devagar
na minha pele
com esse segredo verde dos teus olhos

e tudo o mais
é menos de menos
a começar de dentro
quando te beijo
ébria
como quem se agarra a um infinito
de tudo

Eme

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