segunda-feira, 23 de junho de 2008

Portas



Vejo-me em sonhos breves
E guardo para ti o meu despertar
De imagens pueris
Onde uma porta entreaberta
Te espera

As manhas impossíveis
Que nascem nos copos vazios
A saudade acordada
do que está por vir.

As saudades do que as portas escondem
Assim
meio fechadas
meio abertas.
As saudades do piso aveludado de musgo
na
a espera dos barcos
no fundear de todas as ancoras perdidas
dos mares não encontrados.

Até que todas as portas encontrem a saída.

Não te enganes:
Na claridade da manhã
Invento-te
E reinvento-te.
Para te dizer
Das portas que fechamos atrás de nós.

Mas não quero dormir para acordar por tão pouco.
Melhor será persistir no sonho
E não acordar subitamente.

Porta a Porta
procuro do lado de lá
o calor que guardei do teu colo.

Eme


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