sexta-feira, 6 de junho de 2008

Perdida


Quando avanço para dentro de mim
Perco-me
Não sei quem sou.

Chamo-me riso
Para o negar de seguida
Enquanto choro baixinho.

Mas fico ali
Sempre ali
Entre a morte e o cansaço.

Sinto-me uma mistura
de sono de lua cheia
de alma triste
de parede caiada de branco
de felina com cio
ou de frasco de veneno
em bicos de pés

Nem sei como cheguei aqui
Sei que sou uma marca da minha marca
marca de vento
e de espiral
Marcada pelo ferro do silêncio
Pelas laminas da tempo
E do desencanto.

Ou então por nada
Porque eu sempre te digo
Marca-me!

Achaste-me.
Para me ensinares a perder-me.

Eme

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