Estás de costas para o mar.
Um vento denso
Cortado a cinzento escuro
Anuncia temporal.
Esta neblina submersa
Este frio cortante
De querer ficar
De querer ir embora.
Apetece este sofrimento imenso
Apetece o medo das ondas
Um vento denso
Cortado a cinzento escuro
Anuncia temporal.
Esta neblina submersa
Este frio cortante
De querer ficar
De querer ir embora.
Apetece este sofrimento imenso
Apetece o medo das ondas
que se levantam
em ritual pagão
apetece este canto de sereia
dorido.
Apetece esta chuva sem águias
Sem céu.
em ritual pagão
apetece este canto de sereia
dorido.
Apetece esta chuva sem águias
Sem céu.
Aqui sou tantas:
Sou felicidade absoluta
sou requebro de tango
Sou grito doentio
Sou mentira imposta
Sou verdade incerta
Sou a indiferença da pedra molhada.
Sou a outra parte
Da parte que me viraste do avesso.
Sou o caminho de ir
De ficar semente e voar
Neste silencio cúmplice.
Quando te emerges do impossível
Qual rio descontrolado
Sem margens
Sem rumo
E vazas em mim.
Em mim que sou indigna desta chuva que cai.
Qual rio descontrolado
Sem margens
Sem rumo
E vazas em mim.
Em mim que sou indigna desta chuva que cai.
Eme
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