os pecados inconfessáveis das veias em fogo
da nossa ilha fechada para todos no meio da cidade
deserta de vozes
matizando a tarde de sons
de branco macio
de licor
de uísque
o gelo na ponta da língua
em vogais e consoantes abertas
a escrita na ponta da noite
o amor que escorre pelas curvas
olhares deslizantes
impúdicos
pisamos a roupa no chão
e o esboço ténue
prenúncio de cubismo
com o cheiro salgado doce da tua seiva
sobre a neblina ardente da noite
benzes-me
ante o assombro das marés
e o sopro sibilante das ramagens à beira do abismo
entre a dor e o ardor da carne viva
ou a minha claridade que se atira
atrevida
sobre as águas mansas do teu rio
ao mesmo tempo tempestuoso
nas laminas de gelo que cortam os lábios
ou a tua luz
que se cruza em risco rasgado
com um relâmpago
de libido
ansioso
latejante
eu não sei limitar (tu sabes disso)
e engulo-te
toda a noite
manhã
tarde
e noite
da nossa ilha fechada para todos no meio da cidade
deserta de vozes
matizando a tarde de sons
de branco macio
de licor
de uísque
o gelo na ponta da língua
em vogais e consoantes abertas
a escrita na ponta da noite
o amor que escorre pelas curvas
olhares deslizantes
impúdicos
pisamos a roupa no chão
e o esboço ténue
prenúncio de cubismo
com o cheiro salgado doce da tua seiva
sobre a neblina ardente da noite
benzes-me
ante o assombro das marés
e o sopro sibilante das ramagens à beira do abismo
entre a dor e o ardor da carne viva
ou a minha claridade que se atira
atrevida
sobre as águas mansas do teu rio
ao mesmo tempo tempestuoso
nas laminas de gelo que cortam os lábios
ou a tua luz
que se cruza em risco rasgado
com um relâmpago
de libido
ansioso
latejante
eu não sei limitar (tu sabes disso)
e engulo-te
toda a noite
manhã
tarde
e noite
Eme
Imagem:
Les Demoiselles d'Avignon
Pablo Picasso - 1907