terça-feira, 13 de maio de 2008

Canto do Cisne


Há muito tempo que penso nisso
Deve haver uma clareira
Um lugar qualquer entre as copas das árvores
Com um cheiro a verde de orvalho
Para onde os sonhos vão.

Existe um lugar onde estão
Todos os toques que não tocamos
as músicas que não ouvimos
os anéis que perdemos
os sorrisos que não abrimos.

Acho que sim
Acho que eles ficam lá
suspensos numa órbita
à espera não sei bem
de que palavras
que os façam descer.

E então eis que descem
como uma bailarina
em pas de deux.
Na agonia do cisne
ou no abandono triste do lago
e te visite em modo asas.

Um dia
quando menos o esperares.


Eme

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